Miss Knife é o ‘alter ego’ modo-drag queen que acompanha a carreira nos palcos, e a vida, de Olivier Py vai para 30 anos. Trata-se de um espectáculo que viaja livremente entre os universos do cabaret, do music-hall e do recital. Em palco, Olivier Py – de vestido, collants e saltos altos, usando plumas, bijuteria e peruca – canta composições originais, ou arranjos de temas da chanson francesa, género que confessa amar desde sempre. Eis o seu amor pela música e pela extravagância na sua mais exacerbada expressão! Depois de versões com ensemble instrumental, banda jazz, ou orquestra sinfónica, que correram o Mundo, Olivier Py envereda agora pelo formato mais intimista possível: voz e piano. E há um novo colaborador: Antoni Sykopoulos (Maestro S, de nome artístico), o arranjador e pianista que partilha a sua voz de barítono com o falso soprano de Miss Knife. Justamente por essa razão: Et maintenant, Miss Knife est en couple.

Olivier Py (n. 1965) é uma das grandes personalidades do teatro francês contemporâneo, seja como autor/encenador, seja como gestor cultural – com passagens pelo Centre Dramatique d’Orléans, pelo Théâtre de  l’Odéon, pelo Festival de Avignon (2013-22) e, desde 2023, pelo Théâtre du Châtelet. Estreou-se nos palcos aos 20 anos e como encenador aos 23, altura em que cria a sua própria companhia. Desde o novo século que se vem dedicando à encenação de ópera, tendo já cerca de 40 produções no seu portfolio. Católico e gay, a religião e a homossexualidade são temas recorrentes nas suas criações cénicas e literárias