Manuela Rey Is In Da House é uma homenagem bem-disposta e inventiva à actriz — galega de origem, portuguesa de adopção — Manuela Lopes Rey, falecida em Lisboa em Fevereiro de 1866, com apenas 23 anos, vítima de tifo (ou tuberculose, segundo algumas fontes). Actriz em trupes itinerantes desde tenra idade, Manuela vem para Portugal por volta de 1855 e, dois anos depois, já se encontra em Lisboa, na companhia do Teatro Nacional, onde viverá grandes sucessos e onde se lhe colou a romântica alcunha de ‘mulher- lírio’. Foi sepultada no Cemitério dos Prazeres. A peça imagina uma iniciativa cidadã de recuperar a casa natal de Manuela, numa recôndita aldeia perto de Mondonhedo (norte da Galiza), para ali instalar um museu evocativo da sua memória. Teatro, dança e música (gravada e, ao vivo, com Xosé Lois Romero ao acordeão) unem-se num espectáculo “sobre o ofício do teatro, sobre a memória” — e sobre como a passagem do tempo molda o nosso olhar. Esta co-produção luso-espanhola estreou em Novembro de 2023, no Teatro Sá de Miranda, no âmbito do Festival de Teatro de Viana do Castelo.

O Centro Dramático Galego é um organismo institucional de produção e circulação de espectáculos teatrais criado em 1984 pela Xunta da Galiza. Nos seus 40 anos de actividade já produziu e/ou co-produziu mais de uma centena de espectáculos, incluindo com companhias portuguesas como a Companhia de Teatro de Braga ou o Teatro do Noroeste. Tem levado à cena autores portugueses de várias épocas, como Gil Vicente e Tiago Rodrigues. A sua sede encontra-se em Santiago de Compostela.