A Feira Medieval de Coimbra, organizada pela Câmara Municipal, realiza-se anualmente. Pretende reconstituir uma feira medieval, consistindo numa recriação histórica que teve inicio em 1992, no Largo da Sé Velha.

Pioneira a nível nacional a Feira Medieval de Coimbra continua, atualmente, a ser uma das mais prestigiadas do país e um acontecimento de relevo cultural na cidade que se traduz na vivificação da Alta de Coimbra, atraindo milhares de visitantes.

A finalidade deste evento é recriar alguns aspetos do quotidiano medieval, permitindo ao visitante vivenciar o ambiente de mercancia da altura ao proporcionar o contacto com os sabores, ruídos e atividades de um passado longínquo, recriados por centenas de figurantes, artistas e artesãos.

A programação da Feira Medieval de Coimbra é marcada pela comercialização de produtos, animação variada, reposição de figuras e quadros da época, alargados à realização de uma ceia medieval, entre outras iniciativas.

A 29ª edição da Feira Medieval de Coimbra, cujo mote para a edição deste ano são os “960 anos da conquista definitiva de Coimbra por Fernando Magno, ficando o governo da região entregue a D. Sesnando”, foi apresentada esta manhã, na Sé Velha, pelo presidente da Câmara, José Manuel Silva, pelo chefe da Divisão de Cultura da autarquia, Rafael Nascimento, pela presidente da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC), Assunção Ataíde, e pelo pároco da Sé Velha, Pedro Santos.

A reconstituição da época medieval começa na sexta-feira, dia 19, nas escadas da Sé Velha onde, a partir das 19h00, a Companhia Almanach dá as boas-vindas aos comensais, com a abertura do arraial e arruadas de trovadores, momento que contará com a presença dos vereadores do executivo municipal e de outros convidados. A receção dos comensais segue, depois, para os Claustros, onde decorrerá a Ceia Medieval, às 20h00, uma confraternização à mesa com Fernando Magno de Leão e Sesnando Davides. A Ceia Medieval vai ser confecionada e servida pelos SASUC, sob coordenação geral de Mauro Rodrigues. O serão vai contar com vários momentos de animação e de recriação de cunho medieval, designadamente, às 22h00 (Em como se narram os feitos que levaram à conquista de Coimbra, antecedida por uma peregrinação a Santiago de Compostela e a Benção do terreiro pela clerezia), às 23h00 (Teatro de Fogo “As Iluminárias de Campus Stelae”) e, a finalizar, às 23h30, a Ronda dos aguazis.

A CM de Coimbra recomenta a todos os que vão participar na Ceia Medieval, cuja lotação se encontra esgotada, o uso de traje medieval. Este é cedido gratuitamente e pode ser levantado no dia 19 de julho, entre as 10h00 e as 19h00, na Sé Velha, devendo depois ser devolvido, no mesmo local, logo a seguir à Ceia. Todas as informações sobre o acesso a trajes podem ser obtidas através do número de telefone da Divisão de Cultura da CM de Coimbra: 239 857 507.

A Sé Velha de Coimbra é um edificado medieval e, por isso, o cenário ideal para esta recriação, pois imprime-lhe uma maior relevância e rigor histórico e valoriza, em simultâneo, o património classificado da UNESCO. A Alta da cidade volta, assim, a transformar-se num cenário “vivo” da época medieval e este ano num perímetro ainda mais alargado do que o ano passado. Com epicentro no Largo da Sé Velha, mas com ramificações pela Rua do Norte, Quebra-Costas, Rua Borges Carneiro, Pátio e Largo do Castilho, Rua Fernandes Tomás, até ao Arco de Almedina, o evento vai permitir aos visitantes viajar até à época medieval, pelo contacto com os sabores, os aromas, os ruídos, os ofícios, a animação e o modo de vestir, recriado por dezenas de figurantes.

Nesta viagem procura-se reproduzir o ambiente mercantil e a sociabilidade da altura, promovendo-se, em simultâneo, a diversão e o lazer que a dinâmica de animação do evento oferece aos visitantes. A Companhia Almanach assume o papel principal no campo da figuração e da animação, através da utilização de objetos, de acessórios e de instrumentos que revelam o espólio patrimonial e humano que a Companhia associa às suas recriações históricas.

A Feira Medieval tem, ainda, o importante papel de envolver a comunidade e o tecido associativo do concelho e da região de Coimbra, destacando-se também o trabalho que a CM de Coimbra desenvolveu para assegurar a participação do tecido comercial localizado na área envolvente no espírito da recriação histórica, através de uma oferta programática convergente. Nesse âmbito, há propostas gastronómicas disponíveis para os visitantes (sendo necessária reserva prévia) nos restaurantes “Fangas Maior” (Rua Fernandes Tomás), “Pé na Alta – Assentar o Pé no Antigamente (Rua Borges Carneiro) e na pastelaria “A Leste – Bolos Chaminé” (Rua Quebra-Costas), que vai protagonizar, no decurso do evento, a confeção e a apresentação, no espaço público, de um bolo Chaminé gigante.

Junta-se à programação paralela, ainda, a exposição/instalação “Recordar o Mendigo Basilius” (personagem que marcou de forma relevante a Feira Medieval de Coimbra, durante longos anos), que vai estar patente no Armazém da Sé Velha (Rua dos Coutinhos), entre as 11h00 e as 18h30. No dia 20 de julho, a visita guiada denominada “Caminhos Cruzados”, promovida pela “Coimbra City-Break”, engloba dois roteiros originais (um às 11h00 e outro às 15h00) baseados no tema da Feira Medieval, conduzindo o visitante por um percurso da história de Coimbra. A adesão a ambos os roteiros implica inscrição através do e-mail coimbracitybreak@gmail.com. A fechar a programação complementar do evento, e ainda no dia 20, às 16h30, a Associação Académica de Coimbra vai ter a cargo, na Rua Ferreira Borges, a exibição de um conjunto de acrobacias.

A programação do dia 20 de julho, sábado, inicia-se às 12h00, com a Abertura do Mercado, seguindo-se um vasto conjunto de ações, que englobam uma exposição de artefactos bélicos, panejamento e acampamento castrense (no Largo da Sé Velha), a presença de várias tabernas, animação com saltimbancos e menestréis e um Cortejo Histórico para a visitação de Dom Sesnando Davides. A partir das 15h00, nos claustros da Sé Velha, está previsto uma conversa sob o tema “Antes pastar camelos que ser criador de porcos. Alimentação e religiões ao tempo de D. Sesnando”, a cargo de Luís Lavrador e João Pedro Gomes (Instituto Politécnico de Coimbra/Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra). Por todo o recinto do evento, o período da tarde vai ser preenchido com vários quadros de animação permanente, como é o caso do anúncio dos banhos e do noivado entre Dom Sesnando Davides e Loba Nunes, Treino de arco e treinos de espada, uma narrativa teatral das façanhas conhecidas no cerco de Coimbra, um espetáculo de música sarracena e danças mouras, teatro de fogo “As Bodas do Alvazil” e a festa e os folguedos do povo. A programação do 2º dia da Feira Medieval termina pelas 23h30, altura em que vai ser anunciado o Encerramento dos Festejos e ronda dos aguazis.

No domingo, dia 21 de julho, o evento tem início às 12h00 com a Abertura do Mercado e arruada de trovadores. Duas horas depois, às 14h00, começa o Cortejo de anunciamento do nascimento da filha de Dom Sesnando, com Justas cortesias por cavaleiros vilãos seguido de festa com jograis e menestréis. A tarde de domingo vai ser, também, preenchida com a reposição de figuras e quadros da época. O encerramento da 29ª edição da Feira Medieval de Coimbra está marcado para as 21h00, com os Autos de encerramento da Feira e lavagem dos cestos e almotolias.