Dois ícones da dramaturgia. De um lado, a lendária Lady Macbeth, personagem imortal de William Shakespeare. Do outro, uma das mais importantes atrizes brasileiras, Susana Vieira. “Lady” promove indiretamente esse encontro, mas não para reencenar a tragédia do autor inglês. Ao contrário, o monólogo inédito de Gustavo Pinheiro é uma viagem bem-humorada, feminina, leve e contemporânea. Um texto moderno escrito especialmente para o humor e o talento de Susana, que desejava retornar aos palcos com uma comédia inteligente e de grande comunicação popular. Susana Vieira interpreta uma mulher dos tempos atuais, uma atriz que está encenando Lady Macbeth, mas, ao contrário da personagem, ela não espera mais que o marido tome o poder. Ela não precisa mais de nenhum homem para ser quem é, uma mulher do seu tempo, potente, criativa e, por que não, ainda com muito desejo e vontade de amar.

A história

Faltando poucos minutos para começar sua peça – uma nova montagem de Macbeth – uma atriz, prestes a interpretar Lady Macbeth, repassa no palco momentos de alegria (e de dor) de sua vida. Seu parceiro de cena (que nunca aparece), que interpretará Macbeth, é seu ex-marido, um antigo galã de novelas, com quem ela tem uma história mal resolvida. Ainda assim, ela é convencida pelo produtor a subir ao palco ao lado do homem com quem dividiu a vida, de quem guarda bons momentos, mas também algumas mágoas… Enquanto aguarda o toque do terceiro sinal: a atriz repassa sua vida. E à medida que revê os fatos, se empodera.

“Lady” é um texto de Gustavo Pinheiro (mesmo autor de “A Tropa”, com Otavio Augusto, “A Lista”, com Lilia Cabral e “Dois de Nós”, com Antonio Fagundes e Christiane Torloni) e direção de Guilherme Piva (“Norma”, “A Lista” e “A mulher que escreveu a Bíblia”).