Com peças musicais que transitam entre o clássico e o contemporâneo, este concerto promete uma experiência sonora que remete para a harmonia idílica da estação mais vibrante do ano, assim como a oportunidade de vivenciar uma experiência completa, com a beleza da música e um cenário imponente e histórico.

A música do período romântico caracteriza-se por uma atenção cada vez maior à linha melódica, assim como a elementos expressivos e emotivos, dando origem a peças em forma livre, como noturnos, fantasias e prelúdios, levando a música a tornar-se mais cromática, dissonante e com tonalidades mais “coloridas”. É com base nessa “cor” que se propõe um programa musical cujas obras compõem, elas próprias, uma verdadeira paisagem.

Associado está também o facto de esse ser um período áureo para a pintura, onde se acentua a sensibilidade para beleza e mutação do mundo natural, para os cuidadosos efeitos de luz, cor e para a criação de “atmosfera”/ambiente. Tanto a música como a pintura dessa época enveredam pela revolução técnica, levado ao êxodo dos rigorosos preceitos académicos, introduzindo rupturas nos cânones da arte e misturando ecléticas influências que incluíam o gosto pelo excêntrico e pelo dramático. A atração pela natureza e a sua associação ao sublime e grandioso levou à busca artística por efeitos impactantes que comovessem e inspirassem o público.

A influência de Vaughan-Williams na história cultural britânica pode não ser tão grande como a de Shakespeare, mas ambos deram impulso ao renascimento da cultura musical britânica. Hoje, é considerado o mais renomeado compositor sinfónico inglês da sua época. Por mais pessoal que seja a linguagem musical concebida, essa baseou-se nas aprendizagens e experiências pessoais para formar um universo tonal único: desde a tradição coral inglesa de Parry e Stanford, passando pela ênfase de Ravel na cor e no timbre, até ao fascínio pela música folclórica inglesa.