A freguesia de Arrifana volta a evocar as Invasões Francesas e o Massacre de Arrifana, ocorrido a 17 de abril de 1809 – uma data trágica que perdura na memória dos arrifanenses.

Os 216 anos das Invasões Francesas em Arrifana vão ser assinalados entre os dias 11 e 17 de abril de 2025 com um conjunto de atividades, incluindo recriações históricas de homenagem a todos os arrifanenses que perderam a vida no massacre.

Foi durante a 2ª Invasão Francesa que um miliciano arrifanense conduziu uma emboscada às tropas napoleónicas em Santiago de Riba-Ul, tendo morto o Tenente-Coronel Lameth, sobrinho do Marechal Soult (Comandante da Invasão Francesa a Portugal). Perante tal acontecimento, e sabendo que Bernardo Barbosa da Cunha autor da emboscada era de Arrifana, o Marechal Junot ordenou a Invasão a Arrifana na manhã de 17 de abril de 1809. Saqueada a população, incendiadas as casas, efetuadas pilhagens, a população encontrou refúgio na Igreja. Mas nem a Casa de Deus foi respeitada e a cada cinco homens válidos saídos da Igreja, um era colocado de lado – episódio dos Quintados. Este grupo de homens e rapazes foram levados para o campo da Buciqueira, onde sucumbiram perante os disparos alinhados dos soldados invasores. Os que sobreviveram aos disparos não tiveram melhor sorte, acabando pendurados em árvores. Mas houve quem ficasse para contar os factos.

Face a esta tragédia, o povo de Arrifana ergueu o Monumento aos Mártires da Guerra Peninsular em memória das vítimas do massacre, o qual foi inaugurado solenemente a 17 de abril de 1914. Este obelisco, presente no brasão desta Vila, faz parte da identidade desta terra e é Monumento Militar Nacional. No entanto, sucedeu a outras homenagens populares dos arrifanenses como foram o caso da construção das Alminhas aos Mártires e do Retábulo. Mais recentemente e por forma a perpetuar a história e a memória aos mártires foi erigida uma placa memorial na Avenida da Buciqueira.

Porque estamos cientes da importância que teve na construção do espírito bairrista desta Vila e do seu povo, este triste episódio para Arrifana fica para sempre cravado na memória dos seus nativos. O espírito resiliente, de quem sobrevive e levanta-se das cinzas e torna o lugar onde nasceu, um lugar próspero e vivo é uma das principais lições que a história nos transmitiu.

Passados 216 anos, fruto da vontade do seu povo, Arrifana volta a homenagear os seus mártires

Para que o tempo não apague da memória um capítulo trágico, que marcou a história de Arrifana, de Santa Maria da Feira e de Portugal.

 

Programa Invasões Francesas em Arrifana

Sexta-feira, 11 de abril

10h00 
Espetáculo infantil “Os Mártires de Arrifana”
Palco Peninsular

 

14h00
Espetáculo infantil “Os Mártires de Arrifana”
Palco Peninsular

 

19h00
Abertura Oficial
Palco dos Mártires

Apresentação do Pastel de Napoleão
Palco dos Mártires

Danças e melodias de época com La Danse des Filles e Sons do Povo
Palco dos Mártires

Ordem Unida pelos militares de Marechal Soult
Acampamento

Patrulha Equestre Napoleónica
Circulante

 

19h30
Música de época com Melodias da Terra
Palco dos Mártires

Patrulha Militar pelos militares de Marechal Soult
Circulante

 

20h00
Melodias de época com Sons do Povo
Praça de Alimentação

Os Baguete
Circulante

 

20h30
Música de época com Melodias da Terra
Palco dos Mártires

 

21h00
Rancho Folclórico Estrelas Brancas de Arrifana
Palco dos Mártires

 

21h30
Grande Espetáculo “O Massacre – a História de um povo” pelas Décadas de Sonho e Associações Locais
Palco Peninsular

 

22h30
Danças e melodias de época com Sons do Povo
Praça de Alimentação

Os Baguete
Circulante

Patrulha Militar pelos militares de Marechal Soult
Circulante

 

23h00
Música de época com Melodias da Terra
Palco dos Mártires

Ordem Unida pelos militares de Marechal Soult
Acampamento

 

23h30
Danças e melodias de época com La Danse des Filles e Sons do Povo
Palco dos Mártires

Patrulha Equestre Napoleónica
Circulante

Patrulha Militar pelos militares de Marechal Soult
Circulante